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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Homenagem a história da fundação do Centro de Recuperação de Paralisia Infantil e Cerebral do Guarujá-CRPI e sua fundadora Sra. Steffi Leonore Asch


Imagem meramente ilustrativa


História de uma Cidadã Guarujaense - A maior benfeitora do Guarujá


Por Marcelo Gil.


A menina, Steffi Leonore Asch, veio com o seu pai da Alemanha em 1939, alguns meses antes da guerra, com 12 anos, deficiente por causa da osteomielite.

Em 1961, trabalhava como secretária na Primax S/A - Indústria e Comércio, onde seu pai, Sr. Louis Asch, era sócio majoritário. Steffi, também era acionista, junto com outros quatro sócios, sendo eles, Malwine Hepner, Jaime Gouveia, Marco Aurélio Bottino e Marco Otávio Bottino.

Fez o curso de fisioterapia e uma especialização na Associação de Assistência à Criança Deficiente - AACD, em São Paulo, para reabilitação de vítimas da paralisia. Porém, abriu o Centro de Recuperação de Paralisia Infantil e Cerebral do Guarujá (CRPI), por outro motivo.

Tudo começou em 1963, quando passando férias no Guarujá, Steffi Leonore Asch ficou conhecendo a história de Serginho, um garoto de dois anos de idade, que além de uma lesão cardíaca, possuía paralisia cerebral que impedia todo e qualquer movimento. Steffi resolveu submetê-lo a uma série de exercícios, que aos poucos, foram mostrando eficácia. A notícia desse sucesso logo se espalhou pelas redondezas e aos poucos foram surgindo outros casos. 

Steffi construiu um galpão de madeira onde as crianças faziam seus exercícios, entretanto, o lugar era muito pequeno, ergueu então, nos fundos de um terreno de seu pai, no Guarujá, uma construção de 43 m². A AACD doou os primeiros aparelhos. Ali, eram tratadas 18 crianças. Logo a necessidade de um espaço maior ficou evidenciado.


Prêmio da Bondade

Em 25 de janeiro de 1965, o presidente do Circolo Italiano, Dr. Andrea Ippolito, presidiu, ilustrando com palavras repletas de sensibilidade, a cerimônia do Prêmio da Bondade. Foram entregues dois prêmios, um pelo Cônsul Geral da Itália, Dr. Marcello Mininni, e outro pela Sra. Consulesa, Pamela Mininni.

O primeiro prêmio, 200 mil cruzeiros, foi dado a Antoninha Salles, e o segundo prêmio, 100 mil cruzeiros, foi entregue a Steffi Leonore Asch. Em seu discurso, pediu ajuda para conseguir um novo terreno e ampliar o ambulatório, agradeceu a solidariedade do médico que assistia as crianças, Dr. Paulo Kahol Soejima e pediu para que novos voluntários se apresentassem para atender as crianças.


Construção de um sonho

Em 1965, Steff sonhava com a construção de um novo centro de reabilitação, que resolveria os problemas das crianças da região. Além das crianças do Guarujá, apareciam muitas outras de Vicente de Carvalho, Santos e adjacências. A obra voluntária ia crescendo, mais crianças, mais tratamentos, que pediam maior espaço, mais recursos e mais pessoas especializadas. Nesta época, começaram a aparecer os auxílios e as contribuições.

Em 23 de janeiro de 1968, foram inauguradas oficialmente, as novas instalações na estrada do Guaiúba, na Praia do Tombo. Com um salão de fisioterapia, duas salas de terapia ocupacional, um consultório médico, uma sala de gesso, uma piscina ao ar livre junto a um play-ground e outra piscina interna de água quente, além das dependências do internato, formaram então, o CRPI. As crianças viviam em um ambiente sadio de ordem e limpeza, como o de hoje. Em maio deste mesmo ano, o CRPI foi declarado de Utilidade Pública.


Sócios

Em 1969, o CRPI era mantido por mais de 100 sócios, sendo 80 do Guarujá, que contribuíam com uma quantia mensal média de NCr$ 10,00. Estavam matriculadas "431 crianças", 150 destas, em tratamento permanente, além de outras 3 internas.

Mas as crianças precisavam ser operadas, necessitavam de aparelhos e de um contínuo atendimento, entretanto, havia um déficit de NCr$ 6.000,00 além de uma despesa mensal de NCr$ 3.000,00 e a necessidade da construção de novos quartos. 


Tratamento

Todas as tardes, a perua Kombi, doada e mantida pela Prefeitura do Guarujá, ia buscar as crianças externas, em suas residências e as levavam para o centro de reabilitação. Lá, faziam seus tratamentos, tomavam lanche e eram atendidas por uma equipe médica. Aos sábados, um instrutor dava aula de natação, e isso para elas, era uma grande alegria. Assim, aos poucos, iam aprendendo a levar uma vida normal.

Ainda em 1969, o CRPI passou pela sua primeira crise, ficando na eminência de ser fechado, foram demitidas quatro funcionárias e a verba destinada para as crianças internas, foi bastante diminuída.


Convênio com o Estado de São Paulo

No dia 12 de agosto de 1969, na Santa Casa de São Paulo, foi presidida pela Sra. Maria do Carmo Sodré, a instalação da Assembléia Geral das Santas Casas e Hospitais Congêneres, num total de 366 unidades.

O encontro foi encerrado com a assinatura de novos convênios entre o Governo do Estado de São Paulo, pelo Conselho Estadual de Auxílios e Subvenções, e as Santas Casas e hospitais em geral. Entres os contemplados estava o Centro de Recuperação de Paralisia Infantil e Cerebral do Guarujá.


Pólio

Em 1973, Steffi Leonore Asch, passou a atender no CRPI as vítimas de Pólio de toda região da Baixada Santista.


Planejamento para mudança

Anúncio: "Troca-se área de 1560 metros quadrados, junto a praia do Tombo, por uma construção de 3.500 metros quadrados, a margem da rodovia Piaçaguera-Guarujá. Tratar pelo telefone (0132) 85.6737 ou na estrada do Guaiúba nº 845 em Guarujá" - Anúncio publicado no jornal O Estado de São Paulo.

Em 1987, consciente de que o centro de reabilitação não comportava mais os alunos que chegavam de toda Baixada Santista,  Steffi Leonore Asch, fazia a proposta de permuta acima, através dos jornais, para ampliar o CRPI.

Em 1988, os custos operacionais quase quadruplicaram e a receita se manteve a mesma do ano anterior, o que gerou uma situação crítica. Outro problema era acompanhar os reajustes salariais, por que a folha de pagamento poderia ultrapassar a receita. Neste ano, além da defasagem na receita, o CRPI foi surpreendido com o julgamento do dissídio do Sindicato dos Enfermeiros. A data base da categoria, em outubro, só foi julgada em fevereiro. Resultado, uma dívida de Cz$ 3 milhões em diferenças salariais retroativas, para os 46 técnicos.

Ressalvo que, uma funcionária resolveu oferecer a sua diferença retroativa, cerca de Cz$ 30 mil, para a entidade.


Pônei

Ainda em 1988, o CRPI recebeu um pônei para ajudar no tratamento das crianças. Steffi Leonore Asch, afirmava que, esses cavalinhos, muito ágeis, eram utilizados nos centros de reabilitação na Suiça. Dizia que a criança, ao se sentar em um pônei, sem sela, recebe um relaxamento com a abertura de perna que os deficientes raramente conseguem. Ao conseguir relaxar, a criança assimila melhor os ensinamentos. Esse método de tratamento, com o pônei, podia ser observado pelos moradores e frequentadores da praia do Tombo, onde era feito o tratamento com as crianças.


Cooperação Comunitária

Em 31 de outubro de 1990, o CRPI e a Associação Brasileira de Relações Públicas - Seção  Estadual de São Paulo, assinaram um protocolo de cooperação comunitária que permitiu a implantação de um programa de apadrinhamento de crianças mantidas pela entidade.

O Programa consistia em buscar padrinhos que através de depósitos bancários, auxiliassem  no tratamento das crianças.


Falecimento da fundadora

Em 1997, faleceu Steffi Leonore Asch, a maior benfeitora da nossa cidade.


Intervenção Municipal

Após inúmeras denuncias de funcionários e do Ministério Público, em 16 de setembro de 2005, o prefeito Farid Said Madi decretou a Intervenção Municipal no CRPI, através do decreto 7554, após considerar que, em auditoria realizada pela Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente - AMENCAR - Sudeste e Centro-Oeste, constatou-se a movimentação de R$ 1.015.710,96 (um milhão, quinze mil, setecentos e dez reais e noventa e seis centavos) sem a devida comprovação de despesa e transferências bancárias no valor de R$ 183.000,00 (cento e oitenta e três mil reais), para contas do ex-presidente da instituição, sua empresa e "outros".


O trabalho iniciado por Steffi Leonore Asch, continua...


VÍDEO DE REFERÊNCIA


Créditos do vídeo ao Centro de Paralisia Infantil e Cerebral do Guarujá - Divulgação YouTube.


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                                               Acionistas da PRIMAX S/A em 31.05.1961

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                                               Acionistas da PRIMAX S/A em 30.04.1965

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Marcelo Gil é Corretor de Imóveis desde 1998, registrado no Cadastro Nacional de Avaliadores do Cofeci. Especialista em Financiamento Imobiliário e Perito em Avaliações Imobiliárias com atuação no Poder Judiciário do Estado de São Paulo. Pós-graduando em Docência no Ensino Superior no Centro Universitário SENAC. Gestor Ambiental, inscrito no Conselho Regional de Química da IV Região, graduado pela Universidade Católica de Santos com Menção Honrosa na área ambiental, atribuída pelo Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas - IPECI, pela construção e repercussão internacional do Blog Gestão Ambiental da Unisantos. Técnico em Turismo Internacional desde 1999. Pesquisador. Agente Intermediador de Negócios. Associado a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor - ProTeste. Associado ao Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor - IDEC. Membro da Estratégia Global Housing para o Ano 2025. Membro do Fórum Urbano Mundial - Urban Gateway. Membro da Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis. Membro do Grupo de Pesquisa 'Direito e Biodiversidade' da Universidade Católica de Santos. Membro da Rede de Educação Ambiental da Baixada Santista - REABS. Filiado a Fundação SOS Mata Atlântica e Colaborador do Greenpeace Brasil.

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Um comentário:

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