Representantes do setor de turismo norte-americano defenderam, em artigo publicado pela revista Time, que o Brasil entre para a lista de 36 países cujos cidadãos não precisam de visto para fazer viagens curtas aos EUA. O rol inclui nações como Lituânia, Malta, Coreia do Sul, Brunei, Cingapura, Letônia, Liechtenstein e Portugal – e não tem nenhum latino-americano. Para ser contemplado, um país precisa cumprir requisitos como compartilhar informações sobre os passageiros com autoridades americanas, possuir passaporte com chip eletrônico e ter um índice de aprovação dos pedidos de visto de 97% – nos consulados brasileiros, o número fica próximo a 95%.
“Se essas exigências são atingidas, os governos podem discutir a questão, mas essa negociação costuma ser muito fácil”, afirma Benjamin Chiang, adido de imprensa do consulado americano em São Paulo. “Os EUA têm grande interesse em receber turistas brasileiros, que gastam muito”, diz. De fato, os brasileiros gastam cada vez mais no exterior – somente em abril, eles deixaram R$ 2,2 bilhões em viagens fora do País, valor 83% maior que no mesmo período do ano passado. Mas o processo para conseguirem um visto para visitar os EUA ainda é caro e demorado.
Nos últimos cinco anos, o número de pedidos de vistou para viajar aos EUA cresceu 234% no Brasil, mais do que em qualquer outro país – superou até a alta chinesa, de 124%. Mas só quatro cidades brasileiras têm consulados americanos: Brasília, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Muitas famílias precisam se deslocar e pagar por hospedagem nesses locais para fazer a entrevista de visto, que custa US$ 140 cada. No consulado de São Paulo, que processa em média 2.300 vistos por dia – mais do que qualquer outro no mundo –, a espera para ser entrevistado pode chegar a 141 dias.
Para o setor de turismo, isso prejudica a competitividade dos EUA. A Associação Americana de Turismo (a U.S. Travel Association) propõe, de acordo com a Time, que seja feita uma reforma simples na lei, baseada em quatro pontos. Isso facilitaria a entrada de turistas de países como Brasil e Chile. Roger Dow, presidente da entidade, acredita que a medida traria US$ 10,3 bilhões à economia americana e geraria 95.100 novos empregos. Para ele, essa reforma não comprometeria a segurança dos cidadãos americanos – e até ajudaria na questão. “Quando você trata todos os viajantes como terroristas, [o trabalho de segurança nacional] fica mais difícil”, declarou.
Martha Pantín, diretora de comunicação da American Airlines, afirma que a empresa “apoia fortemente” a ideia. Ela espera que a inclusão de Chile, Brasil e Argentina na lista de países com viajantes confiáveis ocorra “num futuro muito próximo”. Pantín acredita que a legislação posterior ao 11 de setembro, quando foi suspenso o programa Transfer Withou a Visa, fez com que muitos latinos trocassem os EUA por outros destinos turísticos. Segundo ela, o número de chilenos que viajam ao país caiu mais de 30% nos últimos dez anos, período em que aumentou em 50% a quantidade de chilenos que fazem turismo no exterior.
No tom geral, o texto da Time se mostra favorável ao fim do visto para países como o Brasil. “Todo mundo deveria amar os turistas brasileiros. Eles gastam mais dinheiro per capta que qualquer outra nacionalidade”, diz a revista. “Em vez de esticar um tapete vermelho (...), os EUA fazem os brasileiros passarem por um processo demorado e caro para conseguir um visto”, afirma. “No passado, a maioria dos brasileiros costumava ir aos EUA atrás de um emprego; agora, eles vêm gastar dinheiro e criar empregos”, conclui a publicação.
Fonte : IG Economia.
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Na foto o Corretor Marcelo Gil no mar de Angra dos Reis com estrelas do mar vivas.
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