As religiões antigas tinham estrito laço de união com a numerologia, aplicando os números ao seu culto de adoração. O judaísmo, através da cabala, criou um sistema complexo de estudos dos números, a fim de propagar suas doutrinas mais proeminentes.
A própria Bíblia Sagrada nos apresenta profecias e parábolas místicas, recheadas de números e significados esotéricos como, por exemplo, o livro do Apocalipse de Daniel. Os primeiros números ímpares são tidos como sagrados, mercê de seus significados místicos. São eles : um, três, cinco, sete e nove.
Agora, o ponto, derivado do latim punctus, de "pungere", significa um sinal ou marca semelhante ao que deixa uma picada de agulha. Euclides define o ponto como o que não tem dimensão alguma, sendo, em geometria, a origem de toda linha, como também, o lugar onde das linhas se encontram.
Os maçons, em geral, costumam colocar, depois de sua assinatura, três pontos em forma de um triângulo equilátero, bem como, depois de algumas letras, com a finalidade de abreviatura. A isto chamamos de tripontuação.
A tripontuação usada pelos maçons em seus documentos e impressos em geral é uma tradição antiquíssima, remontando a 1774, com os maçons da França, ou ainda, segundo outros, a 1764, e consistia simplesmente numa abreviatura, sem quaisquer significados simbólicos.
Entretanto, posteriormente, os três pontos foram relacionados com outros símbolos maçônicos e com os requintes de interpretação esotéricas, passaram a fazer parte da assinatura dos maçons.
A tripontuação deve ser usada como abreviatura após a letra inicial de uma palavra, desde que esta não possa ser confundida com outra. É o caso de Grão Mestre, Mestre, Grande Arquiteto do Universo, Oriente, etc.
Caso houver possibilidade de confusão, deve-se usar a tripontuação após a primeira sílaba ou as primeiras letras do vocábulo, como é o caso de Aprendiz(Ap), Macon(Maç), Balaústre(Bal).
Quanto ao plural simples ou composto, deve-se dobrar a primeira letra da palavra, como, por exemplo, Mestres(MM), Maçons(MMaç) e Aprendizes (AAp).
Inicialmente, os três pontos tiveram esta conotação de uma simples abreviatura. Mas, com o passar do tempo, vindo a fase primaveril dos simbolistas, que lhe deram as mais diversas interpretações, os três pontos foram transformados em símbolo.
Como abreviatura dos escritos maçonicos, eles tendem a desviar a curiosidade profana do significado exata da expressão, além de ser um anteparo utilizado para despistar e manter o segredo de nossos mistérios, que só em loja é possível dar a conhecer.
Como símbolo, os três pontos, colocados após a ssinatura, são os genuinos emblemas do segredo, recordando-nos, constantemente, dos nossos juramentos perante o altar, no momento em que fomos iniciados na Sublime Instituição, sendo o símbolo máximo da discrição.
Os três pontos, também, foram relacionados com todas as tríades, trilogias e tri-unidades, que se encontram em todo o Universo, e, principalmente, com o Delta Luminoso, que é a base de todas as religiões. Eles formam o triângulo equilátero, que foi a primeira figura das superfícies geométricas e origem da trigonometria, base de todas as medidas.
O triângulo, composto de três linhas e três ângulos, forma um todo completo e indivisível, razão pela qual é o símbolo da existência da Divindade. Encontramos, nos três pontos da Maçonaria, o simbolismo de toda natureza, onde tudo se ajusta em três.
Poderíamos, ainda, elencar tríades das mais variadas, como : início, meio e fim ; tese, antítese e síntese, mas o espaço é exíguo para tal. Concluímos que a abreviação tripontuada continha, originalmente, a idéia subjetiva do segredo, expressa através do número três, número que em todos os tempos foi revestido de caráter sagrado, e que pode ser encontrado na base de todas as religiões e de todas as filosofias, além de ser o símbolo da Tríade e também da Criação, pois representa nela os princípios de transmutação, da manifestação e da renovação.
O maçom, após colocar os três pontos em sua assinatura, diz ao mundo, através deste símbolo, que é um iniciado filho da luz, que como o sol em sua carreira, saiu do Oriente, elevou-se ao zênite, pondo-se no Ocidente, além de expressar que é guardador de todos os segredos da Ordem.
( Matéria Publicada na Revista A VERDADE Nº 399, Folhas 32 e 33, por JOSÉ GERALDO DA SILVA ).
Oi Marcelo,
ResponderExcluirInteressante postagem!!!
Abs., Sabrina.
Obrigado Sabrina,
ResponderExcluirSeja sempre bem vinda Amiga, é um prazer te-la aqui.
Beijos, MARCELO GIL.